Atualmente, o marketing tem se empenhado em atingir a geração Z. Porém, os nascidos a partir de 2010, da chamada geração Alpha, já devem entrar no radar das marcas, que precisam começar a se preparar para entender as suas principais características, o que vai ser determinante na forma de se comunicar futuramente.
O termo “geração Alpha” foi criado por Mark McCrindle, sociólogo australiano. Apesar de tratar-se de um grupo ainda muito jovem, ou até mesmo que ainda não nasceu, já é possível perceber alguns indícios de como eles serão e como se relacionarão em sociedade.
Quem é a geração Alpha
É o grupo demográfico que vem depois da Geração Z, composto por qualquer pessoa nascida durante ou depois de 2010. Os mais velhos desse grupo demográfico se tornarão adolescentes este ano. Eles ainda estão nascendo e o ano limite para virem ao mundo é 2025. São filhos dos millennials e acredita-se que tenham um relacionamento bem próximo com seus pais e provavelmente seus hábitos de consumo devem ser semelhantes aos deles.
Essa é a primeira geração na qual todos os nativos nasceram, ou estão nascendo, inteiramente no século 21, em um mundo totalmente digital. Além disso, essa deve ser a maior geração da história, com mais de 2 bilhões de pessoas até 2025. É um número vasto de consumidores, e é motivo de sobra para que as empresas preparem bem suas estratégias de marketing.
Forte conexão com seus pais
As crianças dessa geração provavelmente serão bem parecidas com seus pais e os imitarão em seus hábitos de consumo. Os pais millennials tendem a buscar muitas informações sobre produtos que compram para seus filhos, de brinquedos à produtos de higiene pessoal, eles se preocupam bastante com o que seus filhos usam. Eles tendem a optar por marcas mais seguras, limpas e de qualidade. A tendência é que seus filhos utilizem essas mesmas marcas.
De acordo com pesquisa do Globosat, que conversou com 510 crianças entre 6 e 9 anos e seus pais, os genitores foram escolhidos como os seus maiores ídolos. Para 76% das crianças ouvidas o pai é a figura escolhida como ídolo e 87% escolheram a mãe.
Altamente conectados
Os nativos da geração Alpha também são muito mais conectados do que qualquer outra geração. Em uma pesquisa de 2022 da empresa de pesquisa de mercado GWI, 38% das crianças disseram que passam a maior parte do tempo nas redes sociais depois da escola. Esse número aumenta em 43% nos finais de semana. A pesquisa também mostrou que 43% dessas crianças preferem falar com seus amigos por algum meio online do que pessoalmente aos finais de semana.
Forte consciência social
Outra característica dessa geração é que são socialmente conscientes e estão atentos às preocupações globais, como desigualdade social e mudanças climáticas. Esse interesse tem relação com o fato de estarem constantemente frente às telas e ter muito acesso à internet e, consequentemente, à informação. A forma como interagem com o mundo digital também difere das gerações anteriores. Estão acostumadas a conteúdos que oferecem oportunidades para contribuir e não apenas consumir.
Como o marketing pode se preparar para a geração Alpha
Agora já temos informações relevantes sobre a geração Alpha:
- Eles têm um gosto refinado quando se trata dos produtos que consomem;
- Estão profundamente preocupados com questões como justiça social e mudanças climáticas;
- Gostam de tecnologia e conteúdo que os mantenham informados, conectados e criam oportunidades para contribuir em vez de apenas consumir.
Munidos dessas informações, temos elementos que nos permitem pensar como o marketing pode se preparar para atender a essa geração.
Autenticidade e transparência
Com uma incrível consciência social e grande acesso à informação, é importante ser muito autêntico e transparente, quando se pensa na geração Alpha. Eles estarão cientes de como certos produtos e serviços afetam o meio ambiente e a sociedade. As marcas devem pensar em produtos ecologicamente corretos e duradouros. Devem dizer e mostrar, de fato, como estão trabalhando para diminuir possíveis impactos que possam ter no meio ambiente.
Experiências interativas
Crie experiências e não apenas produtos. As pessoas dessa geração tendem a procurar por mais oportunidades pelas quais possam contribuir e não apenas comprar. Eles são muito mais íntimos das câmeras, já que todo seu crescimento é registrado por elas e podem, por exemplo, enviar imagens que possam auxiliar em seus conteúdos, ou opinar diretamente sobre eles. Eles precisam participar do processo.
Crie conexões autênticas
Como você deve ter percebido, é muito importante ser autêntico e transparente com essa geração. É preciso se conectar com as causas e interesses deles, mas isso precisa ser verdadeiro. Para isso é necessário ganhar a confiança desses nativos, e isso deve ser uma construção ao longo do tempo.
Posicionamentos empáticos tenderão a agradar esse público e, futuramente, talvez seja o momento de mudar narrativas centradas no consumidor, como a Black Friday, por exemplo. Pode ser que daqui a alguns anos seja necessário virar a chave e começar a pensar em maneiras de usar essas datas para criar empatia. Os anúncios serão mais efetivos desde que não tenham tanta “cara de anúncio”.
Todo mundo sai ganhando
As pessoas da geração Alpha são ainda muito jovens ou nem nasceram ainda, mas já é possível supor como serão suas características com base em pesquisas de comportamento, analisando a forma como brincam e interagem e o mundo no qual nasceram/estão nascendo. De qualquer modo, as preocupações com sustentabilidade e com uma sociedade mais justa são pontos positivos atribuídos a eles que só agregarão a todos, caso as marcas acompanhem as tendências.