Agência de marketing digital em São Paulo liderada por mulheres é destaque em inovação e revela machismo no ambiente corporativo
Primeiro lugar no Google como agência digital, a Cryah vem ganhando destaque no mercado desde seu surgimento em 2010.
Seus resultados agressivos têm chamado a atenção de outras empresas de marketing digital e gerado desconforto em lideranças masculinas. Isso porque mais de 70% de sua equipe é composta por mulheres, incluindo a fundadora.
Finalmente, o reconhecimento chegou, e a agência de marketing digital é atualmente referência na cidade de São Paulo. No entanto, a co-fundadora e diretora de marketing da Cryah, Thays Abrantes, revela que desde o início de sua carreira sofreu com o machismo no ambiente corporativo.
“Vi em todo esse tempo como empresária, os homens sempre sendo os “preferidos” nas contratações”, ela conta.
O machismo no Brasil é uma realidade e dentro das empresas não acontece diferente. Sexismo, assédio e preconceito com maternidade são algumas das situações que mulheres enfrentam, constantemente no trabalho.
Mesmo com toda qualificação e excelência de sua equipe, Thays revela que, constantemente, ela e suas funcionárias têm que enfrentar comentários e insinuações sexistas. “Uma vez em reunião, um homem me revirou do avesso querendo saber se de fato eu que liderava a empresa, se tinha algum “paitrocínio” ou “maridocínio”, porque ele ficou chocado com o fato de uma mulher tocar sozinha uma empresa, e não sabia disfarçar a surpresa”.
O mercado de trabalho para as mulheres
O desafio para ingressar no mercado é tão árduo quanto para crescer dentro dele. Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), as mulheres são a maior parcela em índices de desemprego e com a pandemia da covid-19 esses índices pioraram.
Ainda segundo a OIT, a taxa de desocupação entre mulheres na América Latina e no Caribe aumentou de 10,3% para 12,1% em 2020. Esse percentual está acima da média geral, que subiu para 10,6%. São aproximadamente 1,1 milhão de mulheres desempregadas na região.
Mundialmente, apenas 48% delas possuem um trabalho formal. Quando se trata do escopo de atividades, ainda lhes é delegado um número maior de tarefas em relação aos homens.
Fundada e dirigida por mulheres, a agência de marketing digital Cryah contribui para a reversão desta estatística, promovendo inclusão e empoderamento numa equipe de maioria feminina.
Coordenadora, designer, atendimento, CEO e social media são apenas alguns dos cargos ocupados por elas na empresa.
Os resultados da agência digital Cryah também são notáveis. São mais de 2 mil projetos concluídos nestes 12 anos de existência. Além da carteira de clientes, que já contou com empresas de peso como Vivo, Santander e outras expressivas até hoje.
Ainda assim, as profissionais presenciam tentativas de deslegitimação de seus trabalhos no dia a dia. “Recebo milhares de perguntas de cunho pejorativo todos os dias… Você abriu a empresa sozinha? A agência é nova? Seus pais te ajudaram? Seu marido é o dono? Tem sócio?…”, Thays desabafa.
Thays Abrantes é, além de empresária, autora de dois livros, especialista do Programa Inova 360 na Record News e foi colunista do portal O Segredo.
Além dessas realizações, também é palestrante e ministra workshops e cursos em todo o Brasil. Já palestrou dentro de empresas renomadas como a Google e é referência profissional no marketing digital.
A Cryah está entre as agências mais importantes do segmento no estado de São Paulo, e é socialmente engajada na inclusão de mulheres no mercado de trabalho e em posições de liderança.
Infelizmente, é histórica a necessidade de mulheres fazerem jornadas duplas, triplas, quádruplas… para terem seu trabalho visto com a mesma qualidade do de um homem. A homogeneização dos sexos nas posições de liderança e a equidade salarial ainda são desafios, mas esta realidade está mudando.
Machismo ficará para trás ou homens ficarão no prejuízo
A pesquisa americana, Closing the Gender Gap, apontou que a igualdade de gênero no mercado de trabalho poderá gerar US$ 2 trilhões para a economia da América Latina até 2025. Em sete anos, o PIB mundial aumentaria 28 trilhões de dólares com isso.
O que indica que gestores com posicionamento machista terão que se reinventar e se adaptar à realidade dos negócios liderados por mulheres, pois os prejuízos não serão apenas financeiros, mas também de imagem, o que num mundo globalizado como o atual pode significar danos irreparáveis.
Esse é um desafio a ser alcançado pelas empresas, e tratado com a chefia para promoção da igualdade salarial e de gênero em seus departamentos.
O Brasil está na lista dos 10 países com maior número de mulheres em posições de liderança, segundo a publicação International Business Report – Women in Business 2019, o que ilustra bem a nova realidade mundial de mulheres no poder.
Desde o século passado, quando as mulheres conquistaram o direito de trabalhar formalmente e ocupar os mesmos espaços que antes era privilégio masculino, mostraram que são capazes de executar qualquer tipo de tarefa com excelência.
A partir de então, tem sido doloroso o processo de equiparação salarial e de hierarquia, principalmente para cargos mais altos.
Já está mais do que na hora de deixarmos antigos estereótipos e passarmos a exigir que dentro das relações profissionais haja mais respeito e equidade entre os gêneros.